Um dos pilares fundamentais da fé cristã é a crença na existência de um Deus Criador. Cremos que num momento pontual da História Deus agiu e criou um mundo maravilhosamente complexo, tal como o conhecemos.
A primeira evidência que nos faz acreditar que Deus realmente existe é dada pelo mundo que nos cerca. A Terra e o universo proclamam a existência de Deus de maneira bela e eloquente.
Vivemos num planeta a que chamamos Terra. A Terra faz parte de um sistema solar que gira em torno de uma estrela a que chamamos Sol. Esse sistema solar tem uma ordem e um desígnio inquestionáveis. Todos os planetas permanecem nas suas órbitas sem nunca colidirem. Circulam em volta do Sol a uma velocidade espantosamente precisa e a uma distância exacta. É a relação da Terra com o Sol que origina o dia, a noite e as estações.
A Terra está sempre a uma distância adequada do Sol. Se estivéssemos um pouco mais longe, seríamos congelados; se estivéssemos um pouco mais perto, acabaríamos por ficar totalmente queimados.
Os cientistas dizem que existem no espaço inúmeros sistemas solares além do nosso. Não sabemos, com certeza, quais são as dimensões do universo. Os mais potentes telescópios não conseguem mostrar as extremidades do espaço sideral, e as nossas mentes finitas não podem compreender toda a sua extensão.
Embora haja muitos factos desconhecidos a respeito do universo, uma coisa sabemos, com certeza: ele é caracterizado pela ordem e pelo propósito. Não é desgovernado ou caótico, mas funciona como um “todo” harmonioso, unificado e organizado.
A existência do universo exige que cheguemos a uma das duas conclusões seguintes: ou ele foi criado, ou simplesmente aconteceu por obra do “acaso”. Quem argumenta que o universo é um produto do "acaso", precisa, então, de definir se ele simplesmente surgiu do nada ou se é resultado de algum tipo de explosão cósmica a partir de matéria já existente.
Das duas possíveis conclusões referidas, a única que faz sentido é que o universo foi, de facto, criado. Como poderíamos acreditar, de forma coerente e racional, que o universo veio do nada? Como poderíamos crer, com racionalidade, que o universo resultou simplesmente de uma explosão cósmica, e que a matéria é a única coisa que sempre existiu?
Suponhamos que uma determinada pessoa vem ter comigo com um livro na mão. Entrega-mo para que o observe. Começo a examiná-lo. Vejo que o livro traz na capa o título “Dicionário da Língua Portuguesa”. Ao folhear, verifico o nome da editora. Noto, ainda, que o livro tem mais de 1600 páginas, com todas as palavras ordenadas e escritas em ordem alfabética. Digo ao homem: “Creio que vou entrar em contacto com a editora e adquirir um exemplar deste dicionário”. O homem, por sua vez, responde-me: “Você não pode comprar nenhum exemplar. Este dicionário não foi impresso numa tipografia; apareceu, simplesmente; foi encontrado assim, já com todas as palavras organizadas e alistadas por ordem alfabética. Este livro passou a existir do nada”.
Eu volto-me para o homem e digo: “Você está a pretender dizer-me que estas centenas e centenas de palavras que formam o dicionário não foram compiladas, organizadas e ordenadas por ninguém? Está a dizer-me que estes mais de 140.000 termos passaram a existir do nada? Está a dizer-me que este livro não foi primeiramente pensado, elaborado, impresso e editado por ninguém?"
O homem responde-me: “Sim, estou. É isso mesmo que quero dizer”. Ao que eu, então, acrescento: “Com certeza você está enganado. Respeito-o na sua condição humana, mas a minha capacidade de raciocinar não me permite aceitar a sua conclusão quanto à origem deste livro. Posso dizer, sem receio, que este dicionário não apareceu, simplesmente, a partir do nada”.
Neste caso, eu estaria seguro da resposta dada, pois a minha capacidade de raciocinar realmente impedir-me-ia de aceitar a admirável conclusão que o homem apresentou sobre a origem do dicionário, ou seja: que aquele livro passou a existir a partir do nada.
Suponhamos que um outro homem vem ter comigo trazendo na mão um computador portátil. Ele diz: “Quero que você observe este computador. Tem um sistema de bateria que lhe permite utilizá-lo mesmo em locais onde não há electricidade. Pode ser utilizado tanto em casa como quando estiver viajando”. Digo ao homem: “Que bom! Este computador é muito útil! Eu viajo com alguma frequência, e um aparelho como este seria muito útil para mim. Diga-me onde o adquiriu. Quero comprar um ‘portátil’ igual a este”.
Imagine que o homem me respondia: “ah, isso não! Este computador não pode ser adquirido em lado nenhum. Ele não foi criado ou fabricado; este computador apareceu, simplesmente, por mero acaso. Não muito longe daqui havia uma fábrica com vários tipos de material – plásticos, metais, resinas, madeiras, etc. Aconteceu uma súbita explosão no edifício há algumas semanas atrás. Todos os materiais foram atirados pelos ares. Enquanto estavam voando, alguns desses materiais juntaram-se, e, de uma forma inexplicável, fundiram-se numa única peça. No meio dos destroços do prédio destruído, foi encontrado este computador pronto a funcionar. Não foi desenhado, criado ou fabricado em lado nenhum; ele resultou somente de uma explosão”.
Eu, então, volto-me para o homem digo-lhe: “Você quer fazer-me acreditar que este computador portátil, tão bem elaborado e perfeito, não foi projectado, desenhado, e cuidadosamente montado por ninguém? Você está a afirmar que este computador resultou de uma mera circunstância caótica, e não da inteligência de alguém?”
Perante a insistência do homem em afirmar que o computador resultou simplesmente de uma explosão, eu digo-lhe: “Você deve estar enganado. Nenhuma pessoa em seu juízo perfeito poderia chegar a essa conclusão. Não é possível conceber que um computador tenha surgido dessa maneira”.
Não haveria sombra de dúvida quanto à minha posição. A minha capacidade de raciocínio não me permitiria chegar a outra conclusão. A conclusão a que, seguramente, chegamos, quanto ao dicionário e ao computador, é a mesma a que devemos chegar quanto ao universo. Não há retórica nem terminologia científica que nos faça acreditar que o universo, tal como o conhecemos, surgiu do nada ou que tudo resultou, simplesmente, do acaso de uma explosão.
O universo é muitíssimo mais complexo e elaborado do que um dicionário ou um computador. Se não podemos crer que um livro simplesmente apareceu por acaso ou que um computador resultou de uma explosão, como podemos crer que o universo veio do nada ou que resultou somente de uma explosão da matéria irracional? Os que estudam o universo detalhadamente sempre concluem reconhecendo que o universo é uma maravilha de precisão muito complexa e desígnio inigualável.
O que acabamos de concluir através da razão, é declarado pela Bíblia nos Salmos 19:1 “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos." Estamos cercados por fantásticas demonstrações da capacidade de Deus: os céus dão-nos uma dramática evidência do Seu poder e existência. Afirmar que o universo surgiu por acaso é um absurdo. A sua complexidade e organização apontam para um Criador que pessoalmente o projectou e criou.
O apóstolo Paulo, um dos escritores do Novo Testamento, escreveu: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o Seu eterno poder, como também a Sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas...” (Romanos 1:20). Deus revela-Se, não só pela Sua Palavra e Seu Filho amado, mas também através da Criação. Da mesma forma que uma obra de arte pode expressar informação acerca do artista que a criou, assim também o universo nos pode revelar Deus.
As coisas visíveis e palpáveis do universo provam a existência da mão invisível do Criador. Falam do Seu tremendo poder e do Seu carácter sobrenatural. Ficamos sabendo da existência de Deus através de uma revelação geral – o mundo ao nosso redor e o mundo acima de nós. Mas Paulo também disse: “... Deus não Se deixou ficar sem testemunho de Si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria” (Actos 14:17). Ou seja: a forma maravilhosa como a natureza funciona, levando a terra a produzir o nosso sustento também manifesta a existência e a bondade de Deus.
Tanto o nosso belo planeta como o universo imenso testemunham a favor da existência de um Criador. Apontam somente para uma conclusão: um Deus Omnisciente e Todo-poderoso está na origem desta Terra e de todo o universo físico e imenso ao nosso redor.
Podemos estar seguros quanto a isto. Tão seguros quanto estamos a respeito de um dicionário que não pode surgir do “nada”, ou de um computador que não pode resultar, simplesmente, de uma mera explosão.
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