terça-feira, 20 de setembro de 2011

O papel dos blogs evangélicos na formação de opinião


Acenda uma luz para iluminar os que estão nas trevas.


Quando conheci um blog pela primeira vez, em 2003, já sabia da sua importância no resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Em 2005, o Google trouxe para a língua portuguesa o www.gmail.com e a plataforma de blogs www.blogger.com. Fui um dos primeiros fazer ali os registros de domínios. Eles eram e continuam gratuitos; o registro, a hospedagem e os serviços. Não fazia a mínima ideia do que seria html ou css. Era tudo tão simples como o editor de textos: você abria a página, escrevia e publicava.

Depois de 2007, mais e mais evangélicos começaram a publicar. As associações (blogs) agregadoras de outros blogs davam apoio, incentivo e compartilhavam informações e conhecimentos técnicos. Os líderes das Igrejas Evangélicas ainda olhavam a internet como uma fonte de pornografia, em lugar de uma oportunidade de evangelização.

A cultura original dos blogs amalgamou-se oferecendo informações técnicas. Compartilhando descobertas "for free". A ideia de um diário pessoal passou. A utilização para reverberar fofocas ainda está firme aí, faz algum sucesso porque é fácil falar mal dos outros e há muito interesse em assistir "barracos". A publicação de notícias (na maioria más) tem muita participação, pois trata-se de copiar o que está nos jornais que trabalham os fatos.

Mas não foi para isso que estou escrevendo este texto. Eu creio sinceramente que um blog é uma excelente ferramenta para formar opiniões, desde que para isso o blogueiro se respeite e tenha o juízo necessário para não associar uma imagem não cristã a seu blog. O sucesso fácil não costuma ser perene; confio muito em um trabalho que vai agregando valor e respeito pouco a pouco. É preciso ser respeitado para ser ouvido, para formar opiniões.

A publicação de conteúdo cristão na internet, na minha opinião, tem nos blogs uma oficina de aprendizagem e experimentos. Há interesse das próprias plataformas em financiar (não cobrar) editores que publicam textos originais que façam competição com a mídia tradicional. E falando sobre isto, eu tenho ideias próprias.

Por natureza os blogs são instrumentos de repercussão daqueles que forma opiniões. Agentes secundários. Por exemplo: Pastor fulano disse isto ou fez aquilo... e os blogueiros repercutem. Esta tem sido a função principal dos blogs: repercutir o que os outros fazem ou falam.

Podemos fazer diferente: produzir as notícias; trabalhar os textos e primar pela originalidade. Para isso precisamos focar as coisas e lugares que gostamos. E não se esquecer de documentar com fotos, pois uma imagem revela mais que 1000 palavras, um antigo clichê.

Creio que, nós blogueiros evangélicos, poderíamos agregar valor a nossos blogs escrevendo e falando a verdade. Não a verdade que lemos e ouvimos, mas a que nós mesmos, depois de pensar e refletir, descobrirmos por nós mesmos. Há muitas coisas para revelar e para escrever. Nada valerá a pena se depois de trabalharmos tanto, ninguém acreditar naquilo que escrevemos e continuar a beber das fontes de sempre: incrédulos, ateus, ímpios e inimigos do evangelho, porque são estas as pessoas que formam opinião neste país.

Nossos textos precisam ser planejados, pensados, discutidos. Seremos mais produtivos se blogarmos em grupo, trocando informações, opiniões, abandonarmos aquele espírito individualista, que caracteriza a geração de blogueiros evangélicos atuais, para voltarmos ao berço comunitário, de onde viemos e éramos mais felizes.

O contador de visitas não é a prova definitiva de que estamos bem, nem os comentários dos amigos a bússola que aponta para o rumo certo. Precisamos de colocar mais de Cristo em nossos textos e menos tolices, ofensas e coisas copiadas.


João Cruzué

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