domingo, 18 de setembro de 2011

A mulher Sírio Fenícia


Alguns personagens que cruzaram o caminho de Jesus foram marcados por Ele. Outros, no entanto, O marcaram profundamente.
Alguns pela falta de fé, outros, porém, por demonstrar tamanha fé que, até mesmo, ao próprio Mestre surpreendia.
Um desses encontros está registrado no livro de Mateus no capítulo 15 e conta a história, desesperadora, de uma mulher que o que sabemos dela se restringe à sua origem – siro-fenícia – e ao seu problema – a sua única filha estava, terrivelmente, endemoninhada.
Jesus, como diz a Escritura, resolveu se retirar para as terras de Tiro e Sidom. E foi desse desejo que se originou uma das mais belas passagens bíblicas.

O evangelho de Marcos nos acrescenta uma importante informação que nos leva a entender que Jesus estava procurando algum lugar para descansar e, naquele momento, não desejava ser importunado por ninguém.
Eis o que escrito está: E, levantando-se dali, foi para os termos de Tiro e de Sidom. E, entrando numa casa, não queria que alguém o soubesse, mas não pôde esconder-se;

De fato, as longas caminhadas absorviam Suas forças físicas e, para recompô-las, um descanso se fazia necessário.
Começava então a busca, incessante, da mulher siro-fenícia.
A oportunidade, talvez, fosse única, de se encontrar com Aquele que poderia resolver seu problema e, de uma vez por todas, trazer a paz de espírito que tanto aquela mulher desejou para ela e sua querida filha.
O seu coração se encheu de alegria quando soube que, por ali Jesus passaria, e de fé e esperança quando o avistou se aproximando.

De fato, quando Jesus chegou próximo, de forma desesperadora, começou a gritar: “Jesus filho de Davi, tenha misericórdia de mim; pois, minha filha está, miseravelmente, endemoninhada!”
Para quem achou que Jesus, de pronto, atenderia aquela mulher se surpreendeu com Sua atitude.
Silêncio.
A bíblia diz que Jesus nada lhe respondeu.
Algumas vezes isto pode acontecer conosco. Estamos desesperados e precisando, urgentemente da intervenção, de um sinal ou até mesmo de uma imediata resposta de Deus, e o que encontramos?

O silêncio divino.

E logo temos a louca sensação de que Deus não nos ouve. Muitos até chegam a colocar a Sua existência em prova.
Não foram estes pensamentos que contaminaram o coração daquela mulher. Em nenhum momento ela colocou em dúvida ou questionou a soberania de Deus. Pelo contrário. A sensação que nos dá é que quanto mais dificuldades lhe sobrevinham, mas o seu coração se enchia de fé e de certeza que sua filha seria liberta.
Entretanto, os empecilhos e obstáculos não pararam por ai.
Como se não bastasse o silêncio de Jesus, os discípulos, incomodados com os gritos da mulher, aconselham ao Mestre, inclinados a seu pé – como que implorando – que a despedisse, pois, estava gritando atrás deles.

“Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas de Israel”. Respondeu Jesus aos incomodados discípulos.
Nem o silêncio de Jesus, muito menos a insensibilidade dos discípulos, foi suficiente para fazer aquela mulher desistir do seu objetivo. Ao passo que, aproximando-se de Jesus, suplicou e adorou dizendo: “Senhor, socorre-me!”
Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos.
A resposta de Jesus, para quem não conhece o seu significado e seu contexto histórico, foi um tanto quanto surpreendente.

Para alguns que, não sabem o que querem, não tem foco ou mesmo dedicação em seus objetivos, seria mais um motivo para desistir e voltar para casa sem sua benção.
Mas aquela mulher sofrida, porém, determinada, responde Jesus com muita sabedoria:
Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores.

Talvez Jesus não esperasse tal resposta, mas o fato é que não havia outra possibilidade, senão responder:
”Ó mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas”.
E desde aquela hora a sua filha ficou sã, livre de todas as amarras do Diabo.
Hoje, existem mães e pais que choram desesperados para verem seus filhos livres das drogas, prostituição ou qualquer outro tipo de vício. Para estes, o exemplo desta mulher deve ser seguido.
Ela não olhou para homem algum, antes, alicerçou sua fé e esperança Naquele que pode todas as coisas.

Amém!

Carlos André G. Silva

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